Made In Acre: camiseta para viagem deu vida à marca que chegou a artistas internacionais | ac24horas.com - Notícias do Acre

2021-11-04 09:49:56 By : Mr. Jason Chen

Um empreendimento que além de levar o nome do Acre ainda oferece uma verdadeira viagem pela cultura acreana. Na loja, o cliente pode deitar numa rede, comprar e comer castanhas e até beber água direto do filtro de barro com um nostálgico copo de alumínio. Assim é um Made In Acre, que em menos de dois anos consolidou seu espaço no mercado atingindo artistas de renome internacional.

A loja exposição sua atividade em dezembro de 2019, vendendo apenas camisetas com uma frase que deu nome à empresa. Hoje já disponibiliza 16 tipos de produtos. A visão empreendedora veio da publicitária Rayssa Alves e da Juliana Pejon. Rayssa é uma acreana de 30 anos e Juliana veio de São Paulo há mais de 20 anos, se diz acreana de coração junto de sua família, que tem tradição no ramo empresarial do estado.

A Made In Acre conseguiu unir a modernidade com o rústico num ambiente milimetricamente pensado para ser o que é hoje, muito mais que uma simples loja de vestuário. Além de vender camisetas, chinelos, bonés, ela busca resgatar a história do único estado que, literalmente, lutou para ser brasileiro.

Tudo começou numa viagem de carnaval ocorrida há dois anos, quando um grupo de oito amigas, entre elas Rayssa e Juliana, decidiu curtir a festa em Recife (PE). A dupla teve a ideia de fazer uma camiseta para identificar o grupo no aeroporto e durante todo o carnaval. “Na camisa estava escrito 'Feito no Acre', só que não do jeito que é hoje, e sim com outro layout. Era o bloquinho das amigas do Acre ”, contam.

Elas nem imaginavam que atitude essa simples faria tanto sucesso, um ponto de se tornar uma fonte de renda. “Todo mundo gostou, tanto as pessoas de lá [Recife] quanto os moradores daqui [Acre]. Isso porque nosso estado ainda é um evento lá fora, um assunto. As pessoas, quando nos viam, falavam: vocês são do Acre? O Acre existe? A gente postou foto com a camiseta e conceber a informação onde tínhamos feito ”.

Era madrugada quando Rayssa e Juliana estavam saindo de uma das festas de carnaval, sentadas numa calçada à espera do Uber, no momento em que percebemos estar diante da possibilidade de transformar o acaso em um negócio. “A gente estava conversando sobre isso, sobre as camisetas, quando eu disse: amiga, não acha que ao provocar de a gente falar como que a gente fez [um camiseta], a gente fazer e vender isso?”, Questionou Rayssa.

Juliana prontamente respondeu: “caramba amiga, que legal. É isso ”. Ela já tinha todo o conhecimento sobre loja, sobre como lidar com a empresa, uma vez que já atuava com roupas e sua família também já possuía indústria têxtil para o Acre. “Pensamos o seguinte: Juliana entrava com essa parte da administração e eu, que sou formada em publicidade, conheço de marketing, entrava com a criatividade, a parte de criação, design e tudo mais”.

A ideia decorou perfeitamente, mas até então mirava somente a comercialização de camisetas. No entanto, as amigas reconhecem que um Made In Acre não seria algo pequeno. “A marca se transformou. Hoje a gente fala que a Made in Acre é um sentimento dos acreanos, onde a gente consegue materializar nos produtos algo mais profundo. Começamos a ver como os acreanos estavam carentes de algo que representa a gente do Acre, o valor, que resgatasse a nossa história, que possui essa vida ”.

Do surgimento da ideia (fevereiro de 2019) até a concretização do projeto (dezembro de 2019), passaram-se 10 meses. Entretanto, veio uma pandemia do novo coronavírus, que impactou o percurso natural da empresa. “Isso foi uma preocupação para nós, assim como para todos os empresários, mas especialmente começando”. Contudo, como empreendedoras observaram que, como as pessoas estavam ficando mais em casa, ou não podia vir ao estado por causa da Covid-19, a loja poderia se tornar uma referência para presentear.

“Tinha gente que morava fora, mas que estava aqui, assim como as pessoas daqui que estavam para fora e com issoamos a receber muitos pedidos para enviar nossas camisetas para fora do estado. A gente cresceu muito nesse período, aliado aos nossos conteúdos que passamos a publicar nas redes sociais da marca. Isso fez as pessoas se aproximarem mais, que elas interagissem, principalmente com uma série 'Minutos da Nossa História', que era postada no Instagram ”.

Na pandemia, as proprietárias colocaram para funcionar as entregas por meio do delivery. O sistema agradou tanto uma clientela que permanece até hoje. “Pegou muito bem e continuamos com ele porque deu certo. As pessoas ainda falam para a gente que a loja vem resgatando o amor pelo estado, pela curiosidade sobre a história do Acre e muito mais e as entregas facilitam isso ”.

Rayssa e Juliana fazem questão de mostrar que a Feito no Acre não é só para venda de produtos de cunho regional, mas que se diferencia daquilo que é comercializado em outros dispositivos, como os do Mercado Velho, por exemplo. “A gente une a modernidade com a nossa história e o nosso intuito era mostrar para as pessoas que isso era possível”.

Para elas, o público só pensava no Acre lembrando elementos regionais, com características da Amazônia, mas que o estado não é só isso. “Outro pensamento era que nossos produtos não são tanta qualidade quanto os de fora. E começar a bater nesse ponto, de que podemos ter, sim, coisas de valor. Infelizmente não conseguimos com que nossa produção seja 100% acreana ainda por falta de estrutura local, falta de fábricas, mas o que a gente consegue fazer aqui, a gente faz ”.

Foto: Sérgio Vale / ac24horas

Entre os 16 produtos vendidos com a marca Made In Acre, estão: camisetas, bonés, chinelo, garrafas, pochetes, mochilas, máscaras, lenço para pet, body infantil e o diferencial, os acessórios indígenas, que podem compor o look ou a decoração de casa. “Dessa forma as pessoas veem que esses objetos podem ser modernos, que podem ser usados ​​no dia a dia. Eu e Juliana diariamente para as pessoas verem também como são peças versáteis ”.

O espaço físico da loja valoriza aquilo que representa o estado, os costumes e as peculiaridades do acreano. “As pessoas percebem isso e falam que é a nossa cara. Conseguimos colocar o conceito na loja. A gente também disponibiliza livros para os clientes lerem aqui, livros que são doados, falando sobre a história do Acre. Eles podem simplesmente sentar na rede e ler. Apesar de termos herdado a rede do povo nordestino, faz parte da nossa história ”.

Foto: Sérgio Vale / ac24horas

Antes de se voltar especificamente para as vendas, Rayssa e Juliana se preocupam com a experiência vivida pelos turistas e clientes acreanos dentro do Made In Acre. “Quando chegam aqui a gente conversa, pergunta de onde é, se conhece tal coisa, a gente sempre leva informação, conteúdo para a pessoa saber que nossa intenção não é só ela vir aqui e comprar. A gente não faz isso, a gente não quer que a pessoa tenha essa sensação de entrar, comprar e ir embora. A quer troca, conversa ”.

Se o cliente não morar no Acre, ele recebe instruções, dicas, orientações de onde ir e que fazer pelo estado no período de sua estadia. “Em meio tudo isso, a gente vai fazendo nosso trabalho. Estamos começando a receber muitos turistas. A gente percebe o quanto o Acre está aberto e como está aumentado a vinda de pessoas de fora, que chegam só para conhecer o estado, para ir ao Crôa, na Serra do Divisor, nas aldeias, o ecoturismo está muito valorizado ”.

Foto: Sérgio Vale / ac24horas.com

As donas da marca ainda pretendem expandir o negócio e tornar a loja algo muito maior que se encontra atualmente. Sem entrar em detalhes, as proprietárias têm planos de construir filiais em outras cidades, já que a necessidade de aumentar o espaço já é sentida. “Temos sonhos grandes para daqui dois anos, aproximadamente”.

O envolvimento, mesmo que indireto, entre o Dj Alok, internacionalmente conhecido, e as camisetas da Made In Acre deu ainda mais força ao processo de divulgação que a marca já vinha trabalhando. O produtor musical brasileiro está fazendo um projeto com os indígenas do Brasil e vem tendo contato com alguns indígenas, um deles Mapu Huni Kuin, do Acre. “Ele também é um amigo nosso [Rayssa e Juliana]. Mapu falou que foi convidado para fazer essa gravação e a gente falou para ele levar um presente. Mandamos camisetas para a família toda em junho desse ano ”.

A dupla credita que teve sorte porque Mapu criou uma amizade sincera com Alok. “Eles tiveram uma conexão muito grande durante a gravação, então quando o Mapu entregou o presente para ele, que eram como camisas, tinha muito mais sentido. Não era uma marca, não foi a Made in Acre que mandou para o Alok, foi o Mapu, um amigo que entregou o presente, ou seja, mais significado, mais sentimento ”.

Elas agradecem por terem tido a oportunidade de fazer parte desse momento. “Tudo fez muito sentido, as camisas, com tudo que ele estava fazendo em prol dos indígenas. Ele se familiarizou com isso e o coração no coração de fazer aquelas postagens ”, relatam sobre a publicação que o ícone da música eletrônica fez mencionando a loja em seu Instagram. “A gente não pediu e nem imaginávamos que isso aconteceria. Quando a gente viu a postagem, a gente não acreditava, porque ele marcou. Tem noção do quanto deve valer um @, uma menção do Alok? ”, Brincam.

A loja também conseguiu atrair mais seguidores de várias partes do país e do mundo depois desse episódio. “As pessoas sempre chegam aqui e comentam esse fato. O discurso dele em Brasília, usando outra camisa nossa, também foi muito especial. Essa a gente mandou antes de lançar e tocar muito ele ”. O Dj é conhecido por usar como peças em seu dia a dia dele. “Quando vimos que ele físico naquela situação, a gente falou: ele entendeu, fez todo o sentido. E é isso mesmo que um Made In Acre quer, mesmo que não tenhamos o contato direto com ele, ele abraçou a marca e isso nos faz ficar muito gratas ”.

Antes da loja, Rayssa trabalhava no marketing de empresas e vídeos autônomos. A produção da marca é dela, assim como os vídeos que fazem e como fotografias. Hoje Juliana também participa das criações. “A gente também pega referência de outras criações ea gente traz para o Acre de alguma forma. Temos alguns parceiros que estão começando a entrar com a gente, como ilustrador, designer, pois não estamos conseguindo mais parar só para criar devido a demanda ”.

Até agora, uma coleção de três coleções do Made In Acre, apesar de sempre lançar um produto ou outro entre elas. “Somos muito intuitivas, quando vemos que alfo, uma frase, dá para pegar, a gente lança. Não esperamos acontecer. A gente viu a brincadeira do governador [Gladson Cameli] na frase 'Mim Dê Que Eu Tomo' tentamos adaptar para a loja. Num final de semana semana isso e foi um sucesso essa tiragem. Tanto que até hoje como as pessoas ainda perguntam sobre ela ”.

Agora, a marca quer lançar uma nova coleção voltada mais para a Amazônia e aos povos da floresta, que é com o que elas estão se conectando bastante no momento. “A gente quer trazer camisetas com os nomes das medicinas para mostrar para as pessoas que temos isso aqui no Acre, que é nosso, e também para quem vem em busca disso. A gente acha que as pessoas vão ter essa referência ”.

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Quase dois anos depois de vivenciar um dos momentos mais obrigatória da história da humanidade, a população do Acre vem retomando aos poucos a vida como ela era antes da pandemia do novo coronavírus. Prova disso é a volta dos shows e eventos com capacidade para grande público, que foram recentemente liberados e começam a ser divulgados na capital, Rio Branco. O setor de eventos foi o primeiro a parar suas atividades no pico da pandemia e o último a reabrir as portas, o que gerou um prejuízo de mais de R $ 100 milhões aos empresários da vida noturna só no estado.

Trabalhar no período noturno é para quem gosta do que faz. O um ano e seis meses durou uma verdadeira eternidade para aqueles que dependem exclusivamente de eventos de médio e grande porte para manter o sustento da família e dos funcionários. Cada contrato acreano desse ramo emprega pelo menos 150 pessoas a cada trabalho. Após um longo período de dificuldades, a categoria começa a ver uma luz no fim do túnel agora, com a flexibilização das regras sanitárias impostas pela Covid-19.

Leôncio Castro, de 41 anos, é um dos mais tradicionais empresários atuantes no setor de eventos do Acre. Apesar de todos os pontos negativos ocasionados pela pandemia, um sobressaltou de forma positiva. A crise econômica fez com que os empresários se reunissem e se criassem na Associação de Bares, Restaurantes, Buffet e Eventos do Acre (Abrace), da qual Leôncio está como presidente, com objetivo de encontrar soluções para os problemas que se deparam nos últimos meses . Até então, o estado não possuía nenhuma entidade focada nesse segmento empresarial.

Para ele, a retomada dos grandes eventos representa a esperança para pessoas que sofreram por quase dois anos sem trabalhar. “Nosso segmento foi o mais afetado. Fomos os primeiros a parar e os últimos a voltar ”. Castro diz que os prejuízos deixados pela proibição dos eventos são incalculáveis. “No meu caso, que sempre trabalhei com isso, de repente não sabia o que fazer. Nos primeiros meses existia uma reserva para me manter, manter colaboradores, mas o que aconteceu foi algo que nunca passou pela minha cabeça que poderia acontecer. Em alguns momentos vejo o desespero ”, lamenta.

Os jovens empresários André Borges e Bernardo Franklin compartilham o mesmo sentimento. André é sócio de um dos maiores espaços de festas no estado, o Maison Borges, e proprietário de uma das principais produtoras de eventos. Bernardo comanda as maiores festas e eventos eletrônicos na capital acreana com sua produtora Berenight Eventos e a festa Tribe Beat Music Festival. Ambos se mostram aliviados com uma liberação para o retorno de suas atividades.

“A categoria simplesmente não se manteve. Os empregados foram demitidos pelos empresários e viviam de auxílio emergencial. Aconteceram algumas ações na pandemia, mas só conseguimos manter muitos dos funcionários com a ajuda de doações que conseguimos em 'vidas'. Ajudamos muitos os músicos, técnicos de som. Nós [empresários] pegando dinheiros do nosso bolso mesmo e pagando aluguer de um, de outro ”, relata representante da Tribe Beat.

O badalado setor econômico de eventos representa cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) a nível nacional, uma verdadeira cadeia de serviços que são gerados, direta e indiretamente, Brasil afora e que emprega militantes de pessoas. Uma classe extremamente consolidada, mas que foi praticamente abandonada quando o mundo estava sob uma ameaça de um vírus. “Nos sentimos, de certa forma, abandonados pelas autoridades públicas na pandemia”, afirma Bernardo.

Os governos de Minas Gerais e São Paulo criaram programas específicos para subsidiar os trabalhadores desse ramo, diferente do que ocorreu no Acre e outros estados, que não dispuseram de suporte financeiro ao setor de eventos. O presidente da Abrace confirma que muitos colegas do fechamento como portas. Os empreendimentos históricos de nossa cidade não conseguiram sobreviver à pandemia. Não existiu políticas públicas ao setor ”.

Leôncio revelou que teve de vender sua caminhonete para poder voltar a atuar, após usar toda a reserva financeira que mantinha em meio à crise da Covid-19. “A família foi fundamental para poder aguentar a pressão psicológica. Você pensa muita besteira. Comecei a sofrer de ansiedade e engordei 36 quilos durante os meses que passei em casa. Tomo remédio controlado até hoje ”, internacional.

Além dos danos psicológicos decorrentes da pandemia e dos problemas sociais, essa categoria ainda está tendo de lidar com prejuízos milionários somados durante esses quase dois anos. A Maison Borges deixou de receber mais de R $ 1,5 milhão só em aluguel de espaço para eventos, o que representa aproximadamente R $ 100 mil por mês. “A minha empresa teve de parar de fazer todos os tipos de eventos. Não podia alugar o espaço. Calcular em reais é meio difícil, mas mais ou menos deixamos de faturar com a oferta na faixa de R $ 90 mil mensais ”, explica André.

O grupo empresarial encabeçado por Bernardo Franklin, que é tesoureiro da Abrace, conta com o trabalho de parceiros, um cuidando da mídia, outro do bar, e assim em diante. Eles avaliam que essas quase dois anos perderam R $ 2 milhões de faturamento dos eventos eletrônicos. “Se a gente para contar com a ExpoAcre, que também não ocorre, esse número chega a mais de R $ 5 milhões perdidos por ano. A gente se virou como pôde, mas dizer que a gente teve renda, nós não tivemos esses últimos anos ”.

Entre os eventos obtidos pela Berenight, estima-se que a empresa perdeu a circulação de pelo menos 30 mil pessoas durante o período mais crítico da pandemia, contando com Carnaval, Expoacre, Réveillon, shows e baladas eletrônicas. Juntando o montante que foi perdido por cada gasto local da noite, a Abrace calcula mais de R $ 100 milhões que foi movido e distribuído entre o setor não foi a crise sanitária.

“Só de Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), o estado deixou de arrecadar cerca de R $ 30 milhões do setor de serviços de uma forma geral”, destaca o sexo Leôncio Castro, ressaltando que o setor de serviços e bebidas alcoólicas representa R $ 35 milhões de arrecadação de ICMS ao Acre.

Mesmo que esteja sendo um momento de alívio para boa parte dos empreendimentos locais, o retorno das atividades não ocorre com muita facilidade. “O que aconteceu para o nosso segmento foi muito difícil, está sendo difícil. Mesmo sendo o segmento que melhor responde à geração de empregos, uma vez que nosso setor tem resposta rápida, fomos muitos perseguidos, de certa forma até marginalizados ”, diz Castro.

O emprego conta que chegou a chorar em alguns momentos por não poder fazer nada diante do problema. “Me sentimos de mãos atadas, foi quando nos reunimos e fundamos a Abrace. Hoje, graças a Deus, as coisas estão mudando. O poder público começou a ouvir, pois nosso setor é gigantesco e estamos unidos, nós sentimos a necessidade dessa união porque era inadmissível a forma como um segmento do nosso estava sendo tratado ”.

Borges relembra que em sua empresa cada um passou a tentar sobreviver da sua maneira, inclusive tendo êxito. “Um amigo que trabalhava em eventos comigo ficou sem trabalho e teve a ideia de montar uma doceria na pandemia. O negócio dele se tornou muito bem sucedido e a doceria foi um sucesso ”. Porém, havia outras pessoas que só tinham espaço de trabalho à noite, como seguranças, recepcionistas, baristas, garçons, cozinheiros e ajudantes de limpeza.

“A rede de empregos gira em torno de muita gente, desde as que vendem cachorro-quente [na entrada dos shows], bombons, muitas não têm saída e passam necessidades. No início a gente achou que essa pandemia não duraria muito tempo. Algumas pessoas durante muito tempo, ajudei da forma que eu pude, mas foram quase dois anos muito difíceis ”, argumenta.

Um evento de grande porte realizado em Rio Branco, por exemplo, mobiliza entre 120 a 150 funcionários. Por conta da pandemia, todas elas ficaram desempregadas. “Funcionários diretos mesmo, tenho poucos, mas indiretos, que trabalham nesses grandes eventos, tenho muitos, ea maioria ficou sem trabalho pelo fato de estarmos podendo atuar determinado momento”, reforça André.

Bernardo lembra que não fosse a luta dos empresários pelo retorno das atividades, não seria possível o setor de eventos estar funcionando neste momento. “Nós queremos ser vistos com carinho por parte do poder público, somos trabalhadores e trabalhadores da noite, e empregamos muita gente, desde a pessoa que vende o bombom na festa, até os seguranças”.

Membro e ícone da vida noturna acreana

O fotógrafo e colunista social James Pequeno é um ícone da vida noturna acreana. Sempre presente nos mais variados eventos, é figurinha carimbada quando o assunto é festa. Assim como os demais profissionais da noite, ele também teve sua impactada negativamente com o advento do coronavírus. “Perdi inúmeros trabalhos, pois todos os eventos e shows, tinha todo final de semana um extra para fazer”, comenta.

Pequeno viu muita gente ter de se reinventar para conseguir manter o sustento de casa. “Foi difícil. Quem tinha suas economias, se deu bem de certa forma. Mas outras pessoas, se não fosse o auxílio emergencial, estavam passando fome. Tivemos que nos reinventar ”, relata. Para ele, a retomada dos shows, por exemplo, representa emprego: “muita gente depende disso. São os vendedores de ingressos, os ambulantes, as empresas de segurança e comércio em geral ”.

Conhecedor profundo do trabalho nas noites de Rio Branco, James se sente mais aliviado após o pico da pandemia passado. “Agora posso voltar a pagar minhas contas que constam na pandemia. Era um ganho que, de certa forma, me mantinha. Aí depois foi só com o auxílio e divulgação na internet ”.

Nesse momento, o fotógrafo afirma não pensar mais no futuro. “Para mim, o futuro é sempre o presente, vivo a cada dia como se fosse o último, a cada dia podemos esperar surpresas. Mas com a população se vacinando e tendo os cuidados, creio que a vida vai melhorar e vamos viver mais ”.

Passado o pior momento desde a chegada do coronavírus ao Acre, os empresários só pensam em poder trabalhar ainda mais, gerar emprego e renda. “Passamos quase dois anos sem fazer o que a gente mais gosta, que é levar diversão e felicidade para as pessoas. Me sinto realizado, podendo trabalhar e fazer o que eu gosto. Espero que todos tenham saúde e que daqui para frente essa doença acabe de vez e que todos possam trabalhar ”, diz Borges.

Franklin ressalta o fato de poder pagar os colaboradores. “Tem muitas famílias que dependem da gente. Até conseguir aprovar o decreto de retomada das atividades, ficamos um ano e seis meses sem fazer nada. A flexibilização com a vacinação é o que a gente necessária para retomar os eventos ”. As festas produzidas pela Tribe Beat estão cobrando a imunização dos participantes contra os efeitos da Covid-19 e o organizador se diz participantes dos critérios da flexibilização das regras sanitárias. “No meu grupo, quem não se vacina, não entra nos nossos eventos, a gente deixa isso bem claro a todos e esperamos que daqui para frente ser olhados com mais nosso carinho e que as pessoas valorizem um pouco mais o trabalho”.

A Tribo foi, inclusive, a primeira a realizar eventos após a flexibilização da saúde. “Fomos até criticados por alguns, mas a situação estava insustentável. Existem pessoas que dependem da gente, uma cadeia de emprego que gira em torno de nós e nos sentimos responsáveis, de certa forma, por isso ”, cita Bernardo, que só almeja poder trabalhar em segurança a partir de agora.

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Demanda por imóveis de alto padrão com segurança aumentada no último estado do Brasil a aprovar lei de condomínio fechado

Portas gigantescas, elevador panorâmico, suítes suítes, academia, cinema, garagem para oito carros e até Spa. Nos últimos anos, o acreano tem característico que procura cada vez mais sofisticação e exclusividade em torno dos imóveis residenciais. O estado do Acre vive um verdadeiro 'boom' na procura por casas, lotes e apartamentos em condomínios fechados. Com isso, desencadeou uma demanda excessiva na construção civil, mesmo em tempos de pandemia. A maior parte dessas moradias ultrapassa cifras milionárias, chegando a custar até R $ 5 milhões.

A regra é clara: não basta ser exclusivo, tem que ser de alto padrão. O luxo, o requinte e qualidade tem predominado em obras de residências em espaços privados e ambientes milimetricamente personalizados. As imobiliárias têm apostado que o fator segurança é o maior convite para a clientela de altíssimo poder aquisitivo. Entretanto, a resposta para a busca descomunal por condomínios fechados na capital, Rio Branco, se encontra na demanda que estava reprimida por muitas décadas no estado e na possibilidade de o proprietário agregar valor venal [estimativa sobre preço de bens] ao imóvel.

É o que esclarece o experiente corretor Tiago Mendonça, sócio da Hoouse Imóveis Únicos, imobiliária área especializada e especializada em alto padrão e imóveis exclusivos na região. “O mercado de condomínio fechado no Acre é o mais novo do Brasil, pois o estado foi o último do país a ter a lei de condomínio fechado, que foi aprovado em 2012”. Até então, não se pode ter loteamentos fechados. “Havia uma demanda reprimida muito grande esperando por esse momento, por isso, hoje, as vendas em condomínios estão bombando”, destaca.

Em apenas nove anos, esse grupo de consumidor fez com que a situação de moradia no Acre elevasse o patamar e se tornasse apetrecho quase que involuntário na demonstração de poder. A arquiteta urbanista acreana Karine Geber, que atua há mais de 10 anos exclusivamente com elaborações de projetos residenciais e comerciais, viu esse nicho ganhar novas formas e público ao longo do tempo.

“Nos últimos sete anos, a procura constante para elaboração de projetos de casas luxuosas de alto padrão vem se tornando algo comum na dinâmica interna do nosso escritório. Cada vez mais a busca por esse tipo de projeto vem elevando consideravelmente. Os clientes, em sua grande maioria, procuram conforto, tecnologia e funcionalidade aliadas à luxuosa beleza da construção atual ”, pontua.

Mendonça nacional que o perfil do morador de um imóvel como tal se apresenta em pessoas com média de 35 a 50 anos de idade, casadas, com filhos, bem condicionadas financeiramente e que buscam mais qualidade de vida. “Normalmente elas estão saindo de apartamento, numa cidade bem horizontal e com muitas casas, para poderem construir um imóvel dentro desse tipo que procuram”.

Com o lema “Arquitetura para Todos”, Karine Geber destaca que sempre pesquisada de forma correta e justa com sua carta de clientes e que o perfil que mais procura seus serviços engloba os mais diversos possíveis. “São empresários, comerciantes, funcionários públicos e autônomos. Todos são tratados da melhor forma, e os serviços são entregues nos prazos combinados, participando do sonho de cada cliente, com perfis e personalidades diferentes ”.

Os projetos, segundo ela, variam desde aqueles mais simples, de pequeno porte, até os projetos de grande porte, aliados à forma, função e conforto. Questionada sobre o motivo do acreano estar investindo alto em mansões e apartamentos luxuosos no estado, Geber acredita que a procura não se limita apenas por um imóvel, mas sim pela busca do 'algo a mais'.

“O perfil do cliente, hoje, ficou mais seletivo, buscando inovação, algo diferente que venha agregar valor venal ao imóvel. A grande maioria dos nossos clientes já fecha projeto arquitetônico, projeto de interiores e projeto de paisagismo, para tornar o imóvel pós-construção mais valorizado ainda. Na elaboração do projeto, podemos agregar valores consideráveis ​​à construção com uso de materiais nobres de acabamento, com tecnologia de ponta, materiais naturais que são verdadeiras obras de artes, como pedras ornamentais e objetos suntuosos na parte de mobiliário ”, salienteea.

Apesar de ser um estado com arrecadação mínima e quase insignificante, se comparado ao restante do país, o Acre tem espaço e forte demanda para esse mercado específico no ramo imobiliário. A Hoouse Imóveis Únicos, por exemplo, inaugurada em 2018, já nasceu com esse propósito de oferecer atendimento com imóveis exclusivos e atendimento único. O sócio afirma que provoca uma movimentação positiva no mercado voltada para o alto padrão pouco antes desse período, com a instalação de alguns condomínios de grande porte.

“Na época, alguns deles ainda estavam em construção, outros sendo finalizados, e entendi lá atrás que seria esse o nosso nicho, nosso foco. Nossa proposta é muito clara. A gente vai na contramão. Enquanto todos estão vendendo o mesmo imóvel, a gente trabalha imóveis específicos e específicos, por isso nosso nome, por essa pegada de vender imóveis exclusivos que só a Hoouse oferece para fomentar esse mercado de alto padrão ”, aponta Tiago.

O especialista garantia que o estado já mantinha pessoas com poder aquisitivo muito alto, mas que não tinha qualidade em seus imóveis residenciais. Ou até tinha, mas faltava algo que atualmente é questão de prioridade para muitas famílias: a segurança. “Muita gente que vive em condomínio hoje morava em casas muito boas na rua e trocaram essas casas por outras também boas, ou menos, mas com características diferentes dentro de um complexo fechado por questão de segurança”.

Para Tiago, são pessoas socialmente mais expostas, empresários, políticos, policiais, que acabaram optando pelo condomínio fechado. “Às vezes a casa no condomínio é até inferior à casa em que ele morava fora, o terreno menor, o lazer, pois o condomínio tem um padrão e regras a serem cumpridas, mas as pessoas estão dispostas a cumprir essas regras para poder ter segurança ”.

Nesse quesito, uma frase “seu bolso é o meu guia” faz todo o sentido. Os clientes de alto padrão estão dispostos a investir no melhor e mais valorizado quando o assunto é moradia. De acordo com Karine Geber, o cliente que busca um projeto de imóvel de alto padrão geralmente está disposto a investir no que há de melhor dentro do mercado. “Tudo isso vislumbrando não só o cenário atual com algo que está em evidência, mas por tempo maior. Eu tenho atualmente em execução imóveis de alto padrão que já ultrapassaram a casa das cifras milionárias, uma delas por exemplo já chegou nos R $ 4.500.000,00 ”.

Geber objeto que são casas espetaculares, dotadas com toda a comodidade possível, como solário gourmet, espaço para festas particulares, entre ambientes e objetos de desejos peculiares de cada projeto. “Cada Casa, é um caso!”, Ressalta. O corretor e proprietário da casa pontua que construir em condomínios requeridos alguns limites e regras, portanto, o morador acaba investindo nos detalhes. “Eles pensam da seguinte forma: já que não posso fazer a piscina do tamanho que eu quero, vou fazer a piscina com o melhor revestimento, vou fazer o maior pé-direito possível, colocar um porta maior possível para ter o conforto e o luxo que pretendo ”.

A média de preços cobrados por um imóvel como esse tem diversas variações. A Hoouse se orgulha por, no mercado de médio e alto padrão, principalmente no mercado de imóveis documentados, nunca ter realizado um contrato de gaveta (aqueles não registrados em cartório, sem escritura). Até hoje, os apartamentos mais baratos que a casa vendeu foram a partir de R $ 100 mil. “Tem ainda os apartamentos que chamamos de 'partida', que variam de R $ 150 a R $ 170 mil, e os apartamentos de 'teto', que custam até 2,5 milhões, além das casas, que podem ter valor de R $ 3 milhões ”.

O Acre evidencia que tem muito mais procura do que oferta quando diz respeito a imóveis residenciais de alto padrão, o que explica a média dos valores encontrados. Ainda assim, Tiago Mendonça discorda da teoria de que aqui o valor de um imóvel é mais caro que em outros estados brasileiros. “Não é bem assim, essa fala é muito mais teórica do que prática. Um imóvel em São Paulo custa em torno de R $ 15 a R $ 20 milhões m². No Rio de Janeiro tem bairros que custam R $ 40 mil m². Já o nosso alto padrão, em Rio Branco, custa em torno de R $ 5 ou R $ 6 mil o m² num apartamento de luxo ”.

Para o corretor, o preço do m² encontrado no estado não é o mais caro. “Existe uma coisa que acredito fielmente, que é a lei da oferta e da procura. Temos mais gente querendo comprar do que querendo vender, automaticamente os preços aumentam. Locação é cara por conta da oferta e da procura. Apartamentos são mais caros porque tem opções ”, explica.

Outro fator que contribui para inflacionar o mercado imobiliário é o desalinhamento entre imobiliárias e corretores. “Há profissionais que não se posicionam e aceitam as propostas que o proprietário quer. Se o dono diz que a casa dele vale R $ 500 mil, tem o corretor que simplesmente concorda só para poder ter o imóvel e tentar encontrar um comprador. Na maioria das vezes, ele não consegue e inflaciona o mercado ”.

Mendonça destaca que esses excessos ocorrem que prejudicam o setor. “Se o cliente não tem certa noção do que está propondo, um corretor com respaldo sabe como conduzir uma situação como essa. Ou ele diz 'não', que não concorda com o preço e está fora, ou obtido convencer o cliente com dados, informação técnica de imóvel não vale os R $ 500 mil e sim R $ 300 mil, por questão de metodologia, mercadológica e comparativa ”. Para relaxar, pois as pessoas possuem um defeito muito grave, que é o de precificar seus imóveis de acordo com o que o outro ao lado está pedindo.

Mesmo leve em ascensão completa, o mercado imobiliário em condomínios de luxo ainda esbarra em algumas dificuldades para se consolidar totalmente no estado, principalmente diretamente diretamente aos custos e mão de obra.

A arquiteta Karine Geber acredita que o metro quadrado da construção no Acre é um dos mais caros do Brasil. “E uma parte da mão de obra local não está qualificada para atender esse verdadeiro 'boom' das obras mais sofisticadas que acabamento impecável. Um material nobre, mesmo que tenha um valor agregado atenuado, se instalado de forma incorreta, não expire o resultado final que planejamos na concepção do projeto arquitetônico ”.

Na tentativa de reverter qualquer empecilho, uma casa se antecipou e nenhum diferencial para atrair clientes. “Nosso objetivo como negócio é transformar o mercado imobiliário num mercado mais dinâmico, coeso, coerente e transparente. A gente vem com uma proposta muito jovem, de fugir dos padrões, quebrar alguns paradigmas ”. Tais peculiaridades podem ser visualizadas no próprio escritório da empresa, que tem uma área gourmet para receber os interessados ​​na compra.

“Temos uma recepção diferenciada, jovem, com cara de agência de publicidade. Recebemos os clientes, assamos pizza a lenha, interagimos. A gente acredita muito que o relacionamento é a base do nosso negócio e que a venda é uma consequência. Buscamos primeiramente criar um relacionamento com o cliente e, automaticamente, a venda seria uma consequência. Acreditamos na experiência do possível comprador, então, desde o primeiro momento, quando ele apenas visualiza nossas placas nas ruas, se deparam com nosso código QR Code ”.

A ideia é que o cliente ligue a partir desse código para que uma imobiliária local a transformar aquela compra numa experiência. “Fazemos bom atendimento, dando todas as explicações. A gente acredita muito que nossas publicações nas redes sociais têm que ser feitas com preços. A gente não gosta de fazer pegadinha com o cliente, publicar uma casa para ele perguntar quanto custa. Nossas publicações todas as tem o preço do imóvel, o cliente liga se ele quiser. Nossas placas com QR Code já direcionam para o site, onde é possível ver como fotos, preço, como características e o cliente só liga se ele quiser. Acredito muito que o cliente faz o que ele quer, e não o que eu quero. Deixamos ele muito à vontade para tomar as decisões próprias. Essa é nossa proposta como empresa ”, pertinente Tiago.

Os maiores condomínios fechados de alto valor construídos surgiram uma taxa de ocupação. Um deles, com mais de 400 terrenos, situado nas proximidades do shopping da capital acreana, ocupou cerca de 25% da sua capacidade em três anos. Outro, com 200 terrenos, já se aproxima dos 50% de ocupação nesse mesmo período. “Foi muito rápida essa aceleração, mas acredito que nos próximos dois ou três anos a tendência é começar a se acomodar, entrar numa retomada de normalidade”, garante o corretor.

Pela experiência, a Mendonça acredita que o nível de procura não vai baixar, mas que também não vai subir. “Só se houver uma redução muito grande no valor do material de construção, das taxas de juros, financiamento, mas acredito que isso não vai acontecer a curto prazo”. O sócio imobiliário acredita, sim, num crescimento do ramo sofisticado de moradias no estado, porém, menos exponencial do que ocorre atualmente.

“Vejo essa bolha que o mercado está construindo, ela era uma demanda reprimida. As pessoas já estavam na expectativa de construir sua casa num local privado e esse é o momento. Claro que isso é concomitante às taxas baratas da Caixa Econômica Federal, à viabilidade de aquisição e construção, a Caixa é um campeã de vendas no Acre ”, destaca. Segundo o corretor, de 60% a 70% de todas as construções na cidade, o cliente compra o terreno e já contrata o financiamento da construção junto.

Tiago confia num crescimento ainda maior do ramo, que virão outras áreas, outros condomínios fechados, mas que a velocidade de expansão será um pouco menor. “Esse 'boom' da construção civil não é normal do mercado, é o anormal, e acredito que vamos estar numa velocidade mais ajustada, mais adequada, que é o normal”, conclui. Já Karine Geber observa que com a passar dos anos, como linhas de crédito imobiliário para aquisição de terreno e construção estão se encaixando na realidade do perfil dos clientes. “Atualmente nosso escritório atende muitos clientes que têm a preferência de financiamento de terreno e obra, assim como temos na mesma proporção os que buscam financiar a apenas a obra. Como dito anteriormente, nossa arquitetura é para todos, de sonhos que se tornarão realidade através de nossas mãos, nos faz acreditar que aceitar esses desafios são estimulantes para que a cada dia possamos buscar fazer o melhor para cada um ”, finaliza a arquiteta.

Mesmo sem tradição alguma na produção de bebidas alcoólicas, o estado do Acre tem entrado nas listas e indicações mais importantes do país quando o assunto é cachaça. Isso graças ao surgimento da indústria Potio, que produz a cachaça Jibóia, uma das maiores inovações e promessas em bebidas destiladas nos últimos anos. A qualidade no processo de produção da Jibóia tem impressionado os maiores especialistas do ramo. Tanto que uma fábrica, localizada no município de Acrelândia, tem pedidos de sete estados e diversas visitas a fim de saber como um produto de tamanho requinte e delicadeza tem sido feito na Amazônia.

Apesar do reconhecimento em outros estados e até países, o consumidor local desconhece o valor do produto feito no Acre. A empresa é 100% acreana, pensada e criada pelo engenheiro eletricista e advogado riobranquense Jakson Soares, que morou um tempo em Curitiba e decidiu se tornar Mestre Cachaceiro desde 2014. Soares fez curso em Minas Gerais e especialização na USP. Dois sócios também integram o plano de negócio da indústria, que é extremamente fundamental, elaborado para os próximos 10 anos. Atualmente, a empresa está se preparando para lançar novos produtos que serão comercializados a partir de 2022: como cachaças saborizadas de Jambu, Guaraná e Açaí.

“A ideia de montar esse negócio veio porque não existia esse tipo de negócio no Acre. Tudo vinha de fora, 100% da bebida alcoólica que era consumida aqui vinha de fora, então nossa ideia foi montar essa empresa aqui, gerar emprego, renda e, principalmente fazer um produto acreano, essa é a nossa ideia principal. Eu e dois sócios começamos isso aqui do zero ”, relata Jakson. A construção da indústria Potio, que fabrica a cachaça Jibóia, começou em 2014, mas foi em março de 2018 que a marca foi consolidada e entrou em operação.

“Foi então que lançamos nosso primeiro produto, a aguardente Jibóia, ainda na garrafinha de plástico, mais conhecida como buchudinha. Hoje a gente domina um ciclo inteiro. A gente planta cana, temos nosso canavial com 50 hectares de cana ”, explica o cliente, que também está plantando um novo canavial para produzir canas e bebidas experimentais, com diferentes materiais-primas e totalmente orgânicas. A indústria está fechada no momento, pois o novo período de safra começa no próximo mês de novembro e vai até a divulgação de março.

Canavial da fábrica Potio tem 50 hectares de cana e deve aumentar para 150 ano que vem - FOTO: Sérgio Vale / ac24horas

“A gente colhe as canas em carretinhas. O local onde hoje é uma indústria, antigamente era uma serraria, e tudo foi derrubado. A nossa indústria como é hoje eu mesmo desenhei. Muitos detalhes aqui chamam atenção, principalmente de quem vem de fora conhecer. Recentemente, recebemos o masterblender Nelson Duarte, que era da Ypióca, o maior do Brasil. Ele ficou aqui uma semana e há cerca de 10 dias nós recebemos Natanael, que faz a melhor cachaça do país ”, comenta Soares.

O que mais tem impressionado para o estado é o fato de Jibóia localizado na Amazônia, mais precisamente no Acre, onde os maiores centros de compras são extremamente longos e a logística é mais complicada. “Nossas dificuldades são extremas. Na Amazônia, é uma briga eterna fazer esse tipo de produto, pois é uma luta contra os passarinhos, contra os insetos, contra a umidade, a temperatura e temos que fazer tudo diferente. Tanto que as pessoas que já aparecem aqui mencionadas: 'Como vocês conseguem produzir aqui? Porque tudo eu faço diferente lá no Sul ', destaca.

A cachaça Jibóia é diferente e o criador sabe e faz questão de ser assim. A indústria Potio busca produzir tudo dentro dos padrões de qualidade de certificação internacional, não à toa que a fábrica foi obedecendo os critérios para essa certificação internacional, o que a diferente de tantas outras também feitas Brasil afora. São no mínimo seis processos que a matéria-prima da cachaça acreana passa para seguir em produção. Na passagem filtragens e pasteurização é o que torna a Jibóia essencialmente especial, sendo uma única cachaça pasteurizada do país.

Indústria é lavada diariamente antes e depois da produção da cachaça, além da pasteurização, processo único em cachaça no país

“O trator traz a cana, temos uma máquina colheitadeira onde as carretinhas descarregamamam na esteira, que leva e picota a cana para depois jogá-la dentro de uma moenda”, saliente Jakson, afirmando que a fábrica é dividida entre salas e áreas. A primeira área é a recepção da cana, mais à frente fica a sala de moagem, sendo todas identificadas.

“Os detalhes técnicos são muito importantes porque hoje somos quase um modelo nacional nesse quesito técnico, de padrão construtivo. Nessa sala de recepção, por exemplo, recebe muito líquido, então a gente lava ela todos os dias, antes e depois da produção. Há barreiras de proteção para que não caia nada de líquido para fora quando a gente está produzindo ”.

A fábrica inteira é feita com paredes térmicas, laváveis ​​e de aproximadamente 7 metros. Assim que chega, a cana passa pela peneira rotativa para limpeza e retirada dos bagaços, depois vai para o decantador, onde retira os bagaços menores e depois para o tanque de transferência. A partir deste momento, a produção da cachaça é realizada em objetos 100% inox. “A matéria-prima não passa mais em nenhum momento por madeira, plástico, cimento, nada. É 100% inox porque a gente lava a fábrica de todos os dias antes de produzir ”.

Jakson Soares formou-se e se especializou como Mestre Cachaceiro para o estado, em 2014 - FOTO: Sérgio Vale / ac24horas

Na época da safra, trabalham cerca de 15 pessoas na linha de produção, que é totalmente lavada com água quente, ácido peracético e álcool 70% todos os dias pela manhã. Enquanto uma parte dos trabalhadores colhe a cana, a outra está lavando a fábrica. “Chega a cana, a gente mói, faz o caldo de cana, produz durante todo o dia, e no final do expediente lava tudo de novo. A gente usa bastante água para manter a qualidade. Tudo isso para garantir um padrão de qualidade diferenciado, porque nós fazemos bebida e bebida é alimento, então temos que garantir o mínimo de segurança alimentar ”, diz Jakson, que completa:“ posso garantir que tem muita gente fazendo bebida alcoólica que não chega nem perto disso, desse cuidado ”.

A primeira a sala que inicia o processo de produção da cachaça Jibóia é a de moagem. Todas elas possuem pia inox, dispensador com papel, sabão bactericida e água quente e fria. Os ambientes são separados, ou seja, um processo não se mistura com o outro e não há contaminação. As portas abrem e fecham rapidamente para não permitir a entrada de insetos. Depois de moído, o caldo de cana passa pelas filtragens. Os cantos das paredes são todos arredondados no chão para não acumular líquido. A pintura é de epóxi, refeita anualmente.

Local que produz a bebida está localizado na entrada do município de Acrelândia, a cerca de 116 km da capital do Acre - FOTO: Sérgio Vale / ac24horas

Em seguida passa pela sala de tratamento, onde o caldo de cana é filtrado até ficar bem limpo e seguir com o tratamento. “Tratar é verificar a quantidade de açúcar que tem no caldo de cana, o PH e a temperatura dele. A gente estabiliza tudo isso, só que a gente trata o caldo de cana de uma forma que jogadores fazem no Brasil. A gente pasteuriza o caldo de cana, que elimina bactérias, insetos. Além de filtrar, a gente pasteuriza, e isso em termos de qualidade é um diferencial muito grande, porque o que eu obtenho aqui é um caldo de cana excelente ”, destaca Soares.

O tratamento dá todos os números da qualidade do produto e é onde se coloca o fermento no caldo de cana para dar início ao trabalho de fermentação em tanques de 5 mil litros. Ao todo, líquido passa por 26 filtros. Jakson saliente que todo o controle da pasteurização é eletrônico. “Nossa água é tratada, a gente tem uma Estação de Tratamento de Água (ETA). Nosso processo de produção é em linha, isso significa que ele entra e sai todo em linha reta ”.

Após o tratamento do caldo de cana e colocação do fermento, ele vira o mostro, que vai para a sala de fermentação. Esse é um dos processos mais importantes da produção de bebidas e cachaças. O líquido fica descansando por 48 horas, fermentando. O fermento transforma o açúcar em álcool. “Aqui acontece a mágica e isso tem que ser controlado, o tempo, temperatura, a fermentação, se há contaminação ou não. E esse controle é feito por um circuito de água gelada e serpentina. A sala esquenta e se passar de 32 ° C o fermento morre. Então temos sempre que estar resfriando o líquido em tanques de 10 mil litros cada um ”.

Outro diferencial da indústria Potio na fabricação da cachaça é que a empresa só utiliza cana fresca. A cana tem de ser colhida e moída o mais rápido possível. O proprietário afirma: “A gente não estoca cana, porque é um ser vivo, e quando corta desenvolver bactéria, inseto, açúcar e ela começa a produzir compostos químicos que atrapalham no processo de uma boa bebida”. Dessa maneira dá muito mais trabalho, mas garante a qualidade da cachaça Jibóia.

Quando o caldo de cana zera o açúcar, depois de ser fermentado, onde uma levedura venha todo o açúcar e o transforma em álcool, é transferido para outra sala. “A gente tem que separar a levedura, então segue para a sala de uniformização”. Lá, passa pela centrífuga, que separa o fermento que está dentro, o devolve para ser reutilizado e o que sobra chama-se vinho. Este fica 24 horas descansando para seguir o próximo passo.

“Nossa fábrica foi criada para ser toda redundante, o que significa que se tiver contaminação em um tanque, eu paro esse tanque, isolo ele, e trabalho com o outro, sem a fábrica parar. Tudo isso para garantir o produto sem contaminação e não perder também ”, revela. Depois de ter virado vinho, o líquido vai para a sala de destilação. “Aqui a gente pega o vinho, que é um líquido com álcool dentro, ferve de um lado, condensa do outro, e separa o álcool. Tudo isso controlado com medidores eletrônicos. Controlamos temperatura, pressão e velocidade do líquido que está entrando. Se quero mais forte ou mais fraco, basta alterar as configurações ”.

A primeira cachaça Jibóia, na garrafinha de plástico, tinha teor alcoólico de 38%. Agora, a marca só produz em garrafas de vidro, em duas opções: com teor de 40% e 48%. “A gente destila alto, a 55%, só que a gente derruba essa graduação a 48%, diluindo, exige água. É nesse processo também que se produz o álcool 70%, só que utilizando muito mais cana. Nesse caso, o gasto é muito maior e o equipamento não foi feito para esse tipo de produção, então o rendimento não é o ideal ”.

Em seguida entra uma sala de padronização, que equilibra, padronizando o teor alcóolico, no caso da nova Jibóia, a 40% e 48%. “Temos os equipamentos de imagem, de controle. A gente tem laboratório próprio. A gente destila, separa o líquido, filtra novamente, e fica estocado. Uma parte é álcool 70% e outra destilado ”. Por último, entra a parte do envasamento. O líquido é estabilizado por um tempo antes de ser armazenado em garrafas. “Ainda aqui a gente filtra novamente. Todos os processos são conferidos. A gente tem uma planilha de controle e uma linha semiautomática de envasamento. Agora estamos montando uma linha manual também para quantidades excessivas e também para os próximos produtos que nós vamos montar ”, diz Jakson Soares.

Empresa atua ainda com nove projetos socioambientais e parcerias com o município e a Ufac - Foto: Sérgio Vale / ac24horas

A indústria Potio tem se dedicado a desenvolver projetos pela causa socioambiental. Ao menos nove projetos estão para serem encaminhados, sendo que alguns deles já estão em funcionamento. Entre eles, a utilização da água da chuva tratada para diluição, utilização da ETA para análise de água no município e doação de caldo de cana para escola municipal utilizar na merenda das crianças.

“Como hoje a gente só faz cachaça na garrafa de vidro, a gente compra a garrafa de fora, da fábrica, não usadas e vamos implementar um programa de recompra de garrafas.Ou seja, o consumidor vai trazer poder trazer a garrafa que eu compro de volta, recebe desconto para compra de outra garrafa cheia. Vou fazer o tratamento e reutilizar uma garrafa. Isso é ambientalmente correto ”, diz o mestre cachaceiro.

A empresa doou 5 mil litros de álcool durante um dos piores momentos da pandemia de Covid-19 no estado do Acre. Para isso, foi usado quase todo o canavial. Outra peculiaridade é que a água usada para baixar a graduação de 55% para 48% da cachaça é proveniente da chuva. “Somos a única indústria do Brasil que usa água da chuva no processo produtivo de bebida alcoólica”, garantia o emprego.

Um tanque de 30 mil litros recolhe água da chuva para que seja tratada. “Ela é filtrada e desmineralizada. Temos um tratamento de água e ela é sempre analisada na Unidade de Tecnologia de Alimentos (Utal) da Universidade Federal do Acre (Ufac). Hoje, quem bebe a Jibóia, bebe água da chuva ”, brinca. Segundo Jakson, especializado ao estado só para ver o que a Potio tem feito de inovação, como essa. “Não é muito difícil fazer isso, basta ter um tanque e montar um tratamento. Temos outros processos também de limpeza da água de um lago que devem ser feitos para fazer a limpeza da fábrica. Essa água passa pela nossa ETA ”.

Entre os projetos consta ainda a criação de um viveiro próximo ao canavial. Lá, haverá plantação de cana, árvores nativas e frutíferas para reflorestamento. “Vamos fazer essas mudas, campanhas de reflorestamento para ajudar nessa questão. A gente quer pequenos agricultores, fornece um muda da cana, ele vai plantar e a gente vai garantir a compra dessa cana. Vamos ajudar os pequenos agricultores aqui da região. Queremos abranger bastante pessoas ”, nacionais.

O bagaço da cana usada para fabricação da cachaça serve para fazer adubo orgânico. A empresa já fez 200 toneladas de bagaço de cana para a prefeitura de Acrelândia fazer adubo e utilizar em hortas. “Vamos fazer uma plantação orgânica de cana para fazer um produto orgânico. Algo que já até combinei com uma prefeitura, já que a gente pasteuriza caldo de cana, é o fornecemos caldo de cana pasteurizado para escola primária de Acrelândia quando voltarmos a produzir, porque hoje eles tomam suco de pozinho e caldo será muito maia saudável ”. A ideia é enviar pelo menos uma vez por semana o caldo de cana pasteurizado para a escola.

Novas embalagens têm cachaça com teor alcoólico de 40% e 48%, ideias para drinks ou beber “pura” - Foto: Sérgio Vale / ac24horas

Mesmo que o consumidor local ainda não conheça a fundo o produto da terra, fora do estado e em outros países a cachaça Jibóia já é sinônimo de qualidade e bom gosto. A bebida possui diversas certificações que confirmam a procedência confiável e única. “Nosso produto tem o selo de empresa sustentável e o selo reciclável. A nova Jibóia vem em duas apresentações, apresentações em cores diferentes. Ela tem o registro do Ministério da Agricultura, pois é a única indústria registrada no Acre para produzir bebida alcoólica. Temos registro para exportação e o selo holográfico, que garantia, que não dá para falsificar nosso produto ”.

O símbolo da cachaça é uma cobra jiboia, cujo nome surgiu por três motivos: era o apelido de Jakson em sua primeira graduação, era o animal colocado em potes de vidro com cachaças e significa proteção aos indígenas. “Na embalagem é possível sentir o relevo da pele de cobra. Antigamente tinha muito nas casas aqueles potes de vidro com cobra e cachaça dentro, isso também contribuiu para o nome. Depois de já ter registrado uma marca, descobri que a jiboia é um animal sagrado para as etnias indígenas no Acre, o que casou muito bem. Ribeirinhos e comerciantes de Rio Branco ainda utilizam a cobra para se proteger dos roedores, principalmente em depósitos de milho e afins. E é uma cobra única que o Ibama permite criar como animal de estimação, pois não é venenosa. E se não tem roedor, não tem outro tipo de cobra no local ”, diz o mestre.

A cachaça possui na garrafa o 'cachaçômetro', para o consumidor verificar o quanto consegue ingerir. “Nossas garrafas são todas numeradas, têm como bandeiras do Acre e do Brasil, o que é ideal para dar de presente. Na embalagem como núcleos formam uma cruz, que é uma referência à terra de Vera Cruz, que foi o primeiro nome que o Brasil descoberta ao ser descoberto por Pedro Álvares Cabral. E uma cachaça é uma bebida típica do Brasil. E Potio, o nome da nossa indústria, significa bebida em latim ”.

Jiboia é só o primeiro produto de muitos que a fábrica pretende lançar. Hoje, a empresa se orgulha por ser uma das enriquecidas que não vende um produto apenas, mas uma verdadeira experiência. “Quando alguém compra um produto desse, está comprando uma história, essencialmente qualidade e a experiência de consumir um produto que ajuda nas causas ambientais”. A fábrica foi fabricada modelo pensando em expansão e na maneira de oferecer melhor qualidade.

“Essa fábrica tem o mesmo sistema da indústria de automóvel, isso significa que eu posso duplicar o tamanho dela sem parar de produzir e seminário. A fábrica vai contar daqui a um tempo com sistema de som e câmeras. Um processo novo, há somente duas indústrias hoje no Brasil que fazem a fermentação com música clássica, porque segundo estudos, as ondas da música clássica reverberam melhor com as leveduras e vamos fazer isso também ”, diz Jakson.

Todo o processo de fabricação da cachaça Jibóia, do início ao fim, dura aproximadamente 7 dias até chegar na parte de padronização. Depois da padronização, é preciso que o produto fique mais seis meses descansando. O ideal, segundo Jakson, é produzir e deixar uma cachaça descansando por seis meses em tanques de inox. Ele reafirma que o produto tem uma qualidade diferenciada, mas que o acreano não reconhece como deveria.

Fábrica possui tanques internos em inox de 5 e 10 mil litros no processo de produção da cachaça Jibóia - FOTO: Sérgio Vale / ac24horas

“Às vezes as pessoas acham que o santo de casa não faz milagre. Fora do estado a Jibóia está super reconhecido, ficamos entre as 250 melhores cachaças do Brasil, um feito muito grande, e agora estamos concorrendo novamente. A gente tem um produto com padrão de exportação. O mundo da cachaça já conhece a Jibóia, sabe que ela existe, sabe da qualidade ”. No próximo mês de janeiro, a indústria acreana vai receber um especialista da Inglaterra que percorre países do mundo inteiro para conhecer bebidas destiladas diferentes.

“Ele entrou em contato comigo esse mês de outubro. As pessoas acham interessante uma maneira como trabalhamos. A gente tem um controle de tudo que fazemos. Os especialistas estão impressionados com o que a gente está conseguindo fazer aqui, porque produzir na Amazônia é muito difícil e fazer um produto diferenciado como esse é muito bacana. Eles se impressionam também com as técnicas que a gente utiliza aqui para desenvolver uma cachaça. Isso tem chamado bastante atenção, tanto que estão vindo conhecer um produto do Acre ”.

A meta atual da Potio é exportar seus produtos. “Até o primeiro trimestre de 2022 vamos exportar. Será a primeira exportação de uma indústria de bebidas do Acre. Vamos fazer uma certificação internacional também para exportar para Europa ”. A fábrica conta com o conhecimento do engenheiro agrônomo Victor Bezerra, de 25 anos, que veio de Belém (PA) há dois meses trabalhar por meio de uma parceria da indústria com a Ufac.

“Estou ajudando a melhorar a produção da cana. Quando cheguei aqui, me deparei com uma produtividade muito abaixo do que é considerado o mínimo para produção de cana, inclusive abaixo da metade. Meu objetivo aqui é melhorar a produção de cana da fábrica, principalmente com manejo, adubação adequada, controle de plantas invasoras, porque isso é o que baixa muito a produtividade de um canavial, assim como não controlar os problemas que estão acontecendo ”. Sem o profissional, a marca acabava com alguns problemas diários. O projeto que planeje a vinda do agrônomo dura cinco anos. Pelo planejamento, a cada ano virá um residente.

Indústria já está trabalhando no projeto de cachaça envelhecida, que deve ser comercializada em 2022 - FOTO: Sérgio Vale / ac24horas

A Portio também está empenhada em produzir bebidas envelhecidas, ou que acarretará em mais padrão aos produtos que já são elaborados. A ideia é estar auxiliada pelo Senai, uma vez que pretendem usar madeira local, para treinar pessoas na confecção dos barris e gerar uma nova economia local. “Hoje o barril vem de fora. São produtos especiais, os barris envelhecimento possuem 250 litros cada um, são madeiras diferentes, como castanheira, bálsamo, murano e jequitibá ”, comenta Soares.

Na empresa, oito barris estão sendo amaciados para envelhecer bebida. “Nessa semana já vamos enchê-los. Eles vão ficar um ano aqui dentro e depois vamos fazer blend, que é misturar madeira ou cachaça nova com uma mais antiga. Esse é nosso projeto de cachaça envelhecida, que colocará para comercializar em 2022 ”. Na ocasião, uma marca pretendeizar comercializar no modo 'adote um barril', onde o cliente pode comprar um barril com bebida envelhecida, deixar na empresa onde será mantido ou levar para casa.

Jakson quer tornar o local um ponto de turismo voltado a produtos destilados. “A gente quer que as pessoas que venham ao Acre e conheçam o nosso empreendimento. Uma van irá buscar o turista e ele vai aprender o processo da cachaça, provar, poder comprar. Já estamos nos preparando para receber as pessoas para esse tipo de turismo. Isso é bom para a região, para o estado. Gerar emprego, oportunidade de negócio, movimentoar pessoas ”.

A ideia é montar uma lojinha próximo da fábrica para comercializar produtos da marca Jibóia. “A Potio tem que ser referência de bebida de qualidade a nível nacional, um produto que represente o estado do Acre, a Amazônia e o Brasil. Representar da melhor forma possível, com extrema qualidade e todo cuidado que a gente tem. Nossa meta de exportação já está obrigada, além de estarmos nos melhores restaurantes de Rio Branco, São Paulo, Porto Velho, Curitiba, Fortaleza, em Santa Catarina e Minas Gerais ”.

A empresa começou com um produto simples, de elástico, quando ainda estava aprendendo a engatinhar, reconhecendo o mercado, fazendo testes, e agora possui um produto de vidro, de alto padrão, com nível diferenciado. “A gente não pode errar de forma alguma, vamos ter como bebidas saborizadas, lançar outras linhas, teremos cachaças envelhecidas. Tudo isso num plano de negócio de 10 anos, para mantermos tradição e qualidade. Temos um produto de forma contínua, reconhecido nacionalmente. Os acreanos conhecem um pouco mais nosso produto, da indústria, ter o orgulho que hoje nós temos uma bebida alcoólica com padrão de qualidade. A gente produz cachaça e também fazemos nossa parte social e colaboramos com isso ”, declara o professor.

Empreendimento ganhou público ao oferecer liberdade e segurança a clientes e colaboradores

Um lugar onde os garçons se vestem e se comportam como se identificam na sociedade, onde héteros assistem ao futebol no telão ladeados de gays, trans, bissexuais e lésbicas sem discriminação. As palavras de ordem que gerem o estabelecimento são duas: liberdade e segurança. São com elas que o Recanto Food e Beer, localizado na Avenida Ceará, busca fazer integrar um grupo seleto e amplo na capital acreana.

Foto: Sérgio Vale / ac24horas

O projeto inicial anterior um espaço mais recatado, mas transformou-se num ambiente grandioso e acabou caindo no gosto de um público maior do que o proprietário imaginava. Há cerca de três meses, o advogado Gabriel Santos, 26 anos, divide o seu tempo com o escritório de advocacia e as mesas de bar. A ideia principal da empresa permaneceu, que era a de criar um espaço único e seguro ao público LGBTQIA.

“Justamente para fugir de confusão. Quando eu penso em criar o Recanto, em 2020, queria um bar que agradasse tanto a mim quanto aos meus amigos. Tinha que ser confortável e que fizesse como as pessoas se sentirem tranquilas, em paz e em segurança ”, explica. E foi com foco nesse formato que nasceu o que figura atualmente como o único bar especificamente voltado a esse segmento em Rio Branco.

Foto: Sérgio Vale / ac24horas

À princípio, Santos cogitava abrir um bar universitário, só que chegou à conclusão: iria limitar o conceito do negócio, já que seria voltado somente a esse público, e ele próprio já não é mais universitário há cinco anos. “Vi que tem um monte de gente mais velha que frequenta os bares e que não seria tão viável”. Então surgiu a ideia de um bar aberto à diversidade, acessível e seguro. “Aí pensamos nesse conceito, num bar voltado ao público LGBT, que estava carente aqui em Rio Branco, e que também incluiria os universitários, que é o nosso público maior”.

Ocorre que o empreendimento caiu no gosto de todos os grupos de clientes. É massiva a presença de amigos comemorando aniversário, casais, pais e filhos. “Não imaginei que o bar atingir todos os públicos, mas o intuito foi esse. A gente focou nisso, mas mesmo assim achei que seria bem mais limitado do que é hoje, totalmente diverso ”, diz o informa, destacando que ao ver pessoas de todas as idades no local, escutando música, tomando uma cerveja tem a certeza de que o negócio deu certo.

Assim como todo empreendedor, o advogado também encarou desafios tortuosos para conseguir tirar o projeto do Recanto do papel. Abrir o estabelecimento foi uma verdadeira saga para Gabriel, que nunca antes tido contato com o mundo empresarial antes. “Outro dia li uma frase que diz que empreender é resolver problemas. E de fato, é muito problema, desde burocráticos, até os mais simples. Na prática, a gente vê que a teoria é muito mais complexa, o empreendedor no Brasil sofre muito com intervenção do estado e das burocracias ”.

Foto: Sérgio Vale / ac24horas

Tanta dificuldade, para Santos, acaba atrapalhando quem também deseja empreender e gerar riquezas ao estado e ao país. “O segundo desafio foi a gente se adaptar à realidade da pandemia da Covid-19. Tive a ideia do bar em setembro de 2020 e era para ser algo mais parecido um clube do que exatamente um bar, só que tinha que adiar ”. Ele reorganizou a empresa para tentar abrir em fevereiro de 2021, mas a pandemia ainda estava com força e resolveu abrir um parto.

O sistema de entrega de pizzas funcionou de maio até julho, quando o Recanto ficou com 30% do espaço voltado somente para pizzaria. “Em agosto deste ano o foco era apenas pizza, só que no final do mesmo mês a gente se sente confortável em abrir o público, tendo em vista os altos índices de vacinação e a redução dos casos”. O Recanto Food e Beer foi o primeiro espaço a exigir carteira de vacinação para entrada de pessoas no estado. “E provavelmente vamos ser os primeiros a exigir as duas doses da vacina”, afirma o proprietário.

Outro desafio notado com a abertura oficial do bar ao público foi para conseguir conscientizar os clientes para que se comportar obedecendo às regras sanitárias impostas pelo novo coronavírus. “Tudo é muito desafiador, principalmente para quem não tem muita experiência na área gastronômica, de bar. Sou advogado, nunca fui professor ”, comenta.

Foto: Sérgio Vale / ac24horas

Antes do Recanto, capital do Acre já possuiu outros bares semelhantes, com foco na diversidade de gêneros. Hoje, como bar voltado ao público LGBTQIA, o Recanto é uma referência em atuação. Gabriel apresenta uma peculiaridade que é a de “mostrar a cara” na representação do bar.

“Isso é muito raro de acontecer, porque geralmente o dono não quer aparecer, fica mais nos bastidores. Todo mundo sabe que sou dono do Recanto e se sente à vontade para falar comigo. Os clientes me dão dicas, falam sobre o som, sobre a luz. E somos muito abertos a críticas, tanto positivas quanto negativas. A galera elogia muito, dizendo que é um ambiente novo, que a cidade estava precisando. Essa é uma frase que eu mais ouço, acompanhada sobre como o ambiente é agradável. Aqui as pessoas esbarram umas nas outras já solicitar desculpas ”, destaca.

Além do proprietário, os clientes e colaboradores estão desempregados quanto ao orgulho de ter ajudado a construir o Recanto. Gabriel diz que o feedback que recebe do público que frequenta o local é abundantemente positivo. “Falam muito que aqui é um lugar em que as pessoas ficam à vontade e se sentem em casa. As pessoas dizem: isso aqui é uma extensão da minha casa ”.

Foto: Sérgio Vale / ac24horas

As provas também são um diferencial do espaço, que busca agradar todos os gostos e faz jus ao termo diversidade. “Sempre falei que abrir um bar LGBT lotado é desafiador, porque na cabeça das pessoas, a sigla é uma só, mas não, é um grupo muito mais amplo. São gays, lésbicas, travestis, héteros, bissexuais, uma série de pessoas com gostos completamente diferentes. Então agradar o público inteiro era um desafio desde o início ”, relata o dono.

O bar toca rock, forró, funk, pop, faz festa temática e apresenta samba, público dividido em todas as noites. Para Gabriel, algumas pessoas ainda têm uma ideia de que se tratar de um bar LBGT, só vai tocar artistas como Lady Gaga e Pabllo Vittar. “Mas não é assim, o próprio público LGBT é eclético, gosta de tudo, então tento trazer aqui um pouco de tudo e aquilo que eu gosto. Tenho prazer em ouvir e presenciar ”.

O movimento é intenso e faz com que o bar tenha uma equipe de trabalhadores que varia bastante de quarta-feira a domingo.Às quartas e quintas há menos clientes, mas a partir de sexta-feira aumenta consideravelmente a quantidade de pessoas. “Nossa equipe, em dia de pico, chega a 40 pessoas para atender todo mundo bem”. Alguns colaboradores chegam ao local antes da abertura, outros durante e ainda um grupo no pós-festa, como o pessoal da limpeza, sem contar os colaboradores indiretos para manutenção do espaço.

Um ou outro desavisado que não entende o conceito do bar já chegou a causar constrangimento no amiente. “Já houve um caso em que um homem perguntou sobre as bandeiras que ficam expostas e falamos que eram sobre orientações sexuais. Ele oferece e foi embora com raiva. Mas no geral quem vem sabe o público que vai encontrar, e são todos muito tranquilos. Desde que abrimos ao público, nunca ocorreu nenhuma ocorrência de briga ”. .

Gabriel garante que o Recanto não vende cerveja, mas serviço e bem-estar. Para ele, o principal diferencial do bar é que a maioria dos colaboradores é feita de pessoas muito jovens, muitos deles tendo a primeira experiência com o trabalho remunerado. “Tem deles que estão aprendendo a carregar bandeja agora, trabalham para complementar a renda, para ajudar na universidade, então sempre falo que aqui é uma experiência para o futuro, um trabalho de passagem, e não para trabalhar para sempre”.

Foto: Sérgio Vale / ac24horas

A maioria dos funcionários é inexperiente e se encontra no primeiro emprego. “Recebemos gente aqui que nunca experimentado na vida e a gente abre as portas, ensina, mostra como se faz. O que sempre falamos para eles é que tem que ter disposição para trabalhar. Tem que ter hospitalidade, porque a nossa regra é ser hospitaleiro. Não sei a técnica do trabalho, uma pessoa pode aprender, mas se não sabe ser educado, você não aprende com mais de 20 anos. O resto a gente consegue ”, saliente o emprego.

O advogado tenta como empreendedor dar o máximo de autonomia para que seus colaboradores consigam produzir mais. “Se a pessoa se sente mais livre, consequentemente, na minha visão, você vai produzir muito mais do que se você tiver um padrão rígido, com uma faca no pescoço toda hora. Aqui, a gente respeita a individualidade de cada um, que se veste do jeito que quiser, tem o cabelo do jeito que quiser. “Tem o avental para identificar quem está trabalhando, mas sobre vestimenta, comportamento, é livre, até porque se a gente quer virar um espaço que respeita a diversidade e individualidade, precisamos ser os primeiros a respeitar isso na nossa equipe. Se a nossa equipe não puder se expressar na maneira de se vestir, de falar, como vamos vender isso para os clientes? ”, Questiona.

Foto: Sérgio Vale / ac24horas

Angel é uma transexual de 20 anos e integra a equipe do Recanto. Como pessoa trans, ela entende que não há muita oportunidade de emprego na sociedade, mas desde que entrou no bar, foi muito bem recebido e respeitada. “Fui chamada de braços abertos e aqui me sinto segura. É uma oportunidade de um milhão. Eu não vou ter outra oportunidade dessa lá fora, aqui é tipo uma família, aqui acolhe todo mundo e recebemos todos os públicos ”, conta.

Ela destaca o fato de poder se vestir do jeito que se porta na sociedade normalmente, sem restrições ou imposições. “Aqui sei que não vou ser discriminada pelo que eu sou. Alguns clientes me veem como um exemplo. Quando me veem na entrada, atendendo, ficam felizes por mim ver aqui. É bem melhor do que eu estar fazendo prostituição, me vendendo ”, afirma.

Os funcionários têm liberdade para trabalhar dançando, brincando, podem, inclusive, sentar à mesa e conversar com amigos. “A gente quer os nossos garçons, que a nossa equipe está integrada com os clientes. Tem cliente que diz que o garçom parece um amigo que está bebendo junto, que não deixa faltar bebida na mesa. É a percepção que o público tem da nossa equipe. Servindo, dançando, cantando, pulando. E todo mundo sabe o limite, é algo muito natural ”, diz Gabriel.

O dono do recanto afirma estar aprendendo ainda a empreender e que é muito difícil a tarefa, que sofre mutações diariamente. “Quando imaginei o Recanto, era algo totalmente diferente do que é hoje. Nosso plano de negócios inicial não tinha nada a ver com o que o bar é hoje. E ele foi se transformando até chegar a esse ponto, de se adaptar à realidade do momento ea demanda que o público tem sem perder nossa identidade própria ”.

O empresário acredita que o local vai conseguir se adaptar no período pós-pandemia, na nova demanda de pessoas que vai começar a sair de casa. “Queremos atender ao público jovem que vai atingir a maioridade agora, que nunca houve frequentado um pub antes. Vamos ter que estar disponível a toda essa gama de pessoas que vai buscar viver novamente e acho que a nossa tarefa está aí, oferecendo um serviço de excelência, sendo o mais hospitaleiro possível e o resto a gente vai conseguindo ”.

O objetivo é tocar a música do momento, ter uma decoração que está em alta, mas sempre mantendo os princípios bem claros, de que é um ambiente seguro, acolhedor e diverso. “Independente da época, de quem estiver tocando, ou do público que estiver frequentando, sempre vai ter gente no Recanto. Meu objetivo é criar um negócio a longo prazo, não de 2 ou 3 anos, queremos que as novas gerações possam vir, um público totalmente novo ”. Segundo Santos, o que move a empresa é também ter a missão de fazer a primeira acolhida aos jovens que estão iniciando a vida social. “Daqui uns anos os pais estarão trazendo os filhos, todo mundo se confraternizando”, conclui.

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